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Utilizadores da Rodovia

Descrição do contributo

VisãoZero2030: a velocidade excessiva nas áreas urbanas e a vulnerabilidade dos não automobilistas

Pese embora os progressos realizados nas últimas décadas, os números associados à sinistralidade rodoviária em Portugal continuam a ser incomportáveis do ponto de vista social, sendo que a estratégia VisãoZero2030 tem o potencial de contribuir decisivamente para limitar tais impactos perniciosos. No entanto a VisãoZero2030 apenas terá sucesso se aceitarmos que o automóvel não pode continuar a ter primazia absoluta sobre o sistema de transportes.

O facto do nosso sistema de transportes, e em grande medida das nossas cidades, ser desenhado para o automóvel potencia inúmeros conflitos, pondo especialmente em risco os utilizadores mais vulneráveis das estradas: os peões e os ciclistas. Tal é claramente evidente nas estatísticas de sinistralidade rodoviária em Portugal: em 2018, segundo os dados da ANSR, 24% de todas as vítimas mortais foram peões ou ciclistas (ANSR, 2018). Mais grave, a maior parte desses acidentes fatais ocorreram em ruas de provimento local. Em2018 77,5% dos atropelamentos com peões vítimas mortais dentro de localidades aconteceram em arruamentos. Se a esse facto juntarmos que 77,4% de todos os acidentes com vítimas mortais em 2018 aconteceram dentro de localidades, podemos constatar que temos um claro problema nas nossas áreas urbanas, muito devido às velocidades excessivas dos automóveis. Nestas situações, a existência de passadeiras por si só não é suficiente para minimizar a sinistralidade. A uma velocidade de 50 km/h um veículo percorre mais 5 metros a cada segundo comparativamente a outro que circule a 30 km/h, necessitando de cerca do dobro da distância necessária para se imobilizar completamente. Esta distância poupada poderia, em muitos dos casos, ser suficiente para evitar o embate.

Contributo completo no ficheiro anexo.