Sistema Seguro

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Sistema Seguro

Partindo do princípio de que as pessoas cometem erros, o Sistema Seguro, defende uma abordagem holística assente numa diversidade de medidas a vários níveis para evitar as mortes e os feridos graves, causadas por esses erros, que têm em conta a vulnerabilidade humana.

O Sistema Seguro, introduzido pela Organização para a Cooperação para o Desenvolvimento Económico (OCDE) e pelo Fórum Internacional de Transportes (IFT) em 2008, persegue os mesmos objetivos da ‘Visão Zero’ definida em 1997 pela Suécia, tem como premissa que ninguém deve morrer ou ficar gravemente ferido em consequência de um acidente rodoviário, e parte dos seguintes princípios:

as pessoas cometem erros que podem levar a acidentes

o corpo humano tem uma capacidade limitada de resistência a colisões

a segurança é uma responsabilidade partilhada por quem planeia, constrói, gere e usa tanto as vias quanto os veículos

tais como a comunidade, os responsáveis políticos, os responsáveis pela gestão das vias, pela fiscalização, pelo socorro, etc.

todos os elementos do sistema devem ser reforçados em combinação

para aumentar os seus efeitos e para assegurar que os utilizadores da estrada ainda estejam protegidos se um dos elementos falhar

A abordagem do Sistema Seguro é uma componente chave da resolução da Organização das Nações Unidas (ONU) de 2020 sobre segurança rodoviária (derivada da Declaração de Estocolmo) e é um pilar dos esforços europeus para melhorar a segurança rodoviária. O Quadro da Política Europeia de Segurança Rodoviária 2021-2030 afirma que “precisamos de implementar o Sistema Seguro a nível da UE“.

O Sistema Seguro deve ser um sistema rodoviário que

absorve as limitações físicas do ser humano

é tolerante e autoexplicativo

absorve os erros do condutor

Principais pilares da abordagem do Sistema Seguro

Estes pilares devem ser encarados de forma integrada, considerando que no caso de falha de um deles, outro ou outros conseguirão acomodar essa falha de forma a evitar danos maiores.

Os condutores irão sempre cometer erros e as infraestruturas deverão contribuir para a diminuição desses erros e para o minimizar da gravidade das suas consequências. Desta premissa, surge o conceito de estrada tolerante, a que acomoda o erro humano, que tem em consideração a vulnerabilidade e as limitações físicas do corpo humano.

O Sistema Seguro tem bem certa a inevitabilidade do erro humano, contudo tem presente que as mortes e os ferimentos graves, em resultado de um acidente rodoviário, não devem ser encarados como possuindo o mesmo carácter de inevitabilidade, estes podem ser evitados.

Todas as pessoas têm o direito de fazer uso das estradas sem correrem o risco de se envolverem num acidente que possa vir a resultar em lesões graves ou fatais, ninguém deve pagar, por um erro de condução, com a própria vida.

Principais pilares da abordagem do sistema de transporte rodoviário seguro
Principais pilares da abordagem do sistema de transporte rodoviário seguro

A abordagem do Sistema Seguro é fundamentalmente diferente da abordagem tradicional, que colocava o foco no fator humano e no seu comportamento. O Sistema Seguro, sem desresponsabilizar o condutor, coloca o foco nos outros dois intervenientes do sistema: o veículo e a infraestrutura. Para além do esforço em educação, campanhas de sensibilização e fiscalização, a boa gestão e planeamento de transportes e de infraestruturas seguras, autoexplicativas e tolerantes devem constituir a grande aposta para o alcance da visão ‘zero’ mortos e ferimentos graves nas estradas.